2 de mai. de 2009

A Vila


No meio de um bosque existe uma vila onde as pessoas vivem intocadas pelo mundo exterior. Não há dinheiro, todos repartem os alimentos que semeiam e colhem, todos são amigos e vivem em harmonia. E ninguém pode deixar o lugar por causa dos monstros que habitam a mata. Não se deve adentrar a floresta ou usar a cor vermelha, em qualquer coisa ou ocasião, já que ela atrai as criaturas. E nessa comunidade nasce o amor de Ivy Walker, a bela e carismática ruivinha Bryce Dallas Howard, filha do diretor Ron Howard, e Lucius Hunt, vivido por Joaquin Phoenix.

A VILA é mesmo uma história de amor, assim como todos os filmes de Shyamalan. Ivy é cega e apaixonada por Lucius, que também a ama e ela sabe disso. Como? Ela diz que quando crianças ele a guiava pelo braço mas com o tempo ele deixou de fazê-lo pois, ao tocá-la, teria medo que ela soubesse de seus verdadeiros sentimentos. Mas tudo o que um cego tem é o toque! Tudo bem que Ivy tem sua própria maneira de "ver" Lucius mas ainda assim... sem o toque, como sentir a pessoa amada? Esse talvez seja um dos pequenos pontos do roteiro que mais me chamou a atenção.

O quanto o amor de Ivy é sofrido e ao mesmo tempo forte. A cena onde Ivy espera que Lucius chegue para protegê-la das criaturas é uma das mais românticas da minha história cinematográfica e nem mesmo um beijo tem! Porque essa é uma cena romântica e não de suspense. Você vai saber quando vir o filme. Se já viu, espero que concorde comigo. E todo esse tema do amor sem toque desenvolve-se através do filme em outros personagens de forma delicada e que dá prazer em ver.

Todo o resto é um grande mistério que não vale a pena entrar. Afinal, é isso que você quer, não é? O mistério que sempre rondam as produções dirigidas por M. Night Shyamalan. Pois pode esquecer! Quem avisa amigo é! Eu já sabia boa parte do final do filme e apoio os comerciais que dizem para não contar. Acredite, fica muito melhor se você não souber. Mas posso dizer que grande parte das críticas americanas malham o filme, principalmente o roteiro, porque ele é uma boa crítica aos Estados Unidos atuais (mesmo que Shyamalan diga em entrevistas que nunca pensou em um contexto subliminar).

Então como eu não vou entrar em detalhes (não adianta insistir!), vamos à parte técnica que torna tudo mais interessante. Como sempre, a fotografia é impecável e surpreende por ser o primeiro trabalho de Roger Deakins com Shyamalan (apesar de não faltar experiência ao moço). Não é tão impressionante como a de Corpo Fechado por exemplo, principalmente por uns dois momentos onde é óbvio o uso de câmera manual (que eu não sou fã) mas ainda assim impecável.

A atuação de Joaquin Phoenix finalmente me arranca um elogio. Nunca foi segredo que eu não gosto muito dele mas aqui sua atuação tímida e contida encaixa-se bem com o clima ameno da vila. Também me surpreendeu a atuação de Bryce Dallas Howard. Para a filha de um diretor bem mais ou menos ela até que se sai bem.

William Hurt em seu pior papel ainda é gênio. Sigourney Weaver dá um certo brilho a um papel bem inferior, assim como Brendan Gleeson. Adrien Brody como o deficiente mental Noah Percy é bem competente mas não chama tanto a atenção pelo tamanho do papel pequeno, que só lhe permite fazer os mais comuns trejeitos que os atores normalmente usam a interpretar esse tipo de personagem.

Fonte: A galaxia

Minha opinão:

Com certeza, "A Vila" está entre os meus filmes preferidos de todos os tempos, assim como todos os outros filmes de M. Night Shyamalan. Alguns críticos dizem que ele é fraco, confuso, metido e outros elogios do tipo. Para quem assistiu "O sexto sentido" e gostou sabe do que estou falando, pois este filme também é dele. Ele é o cara.

Pois bem, "A Vila" me chamou a atenção pelo fato de mostrar o amor verdadeiro entre duas pessoas e o que estas pessoas são capazes de fazer para viver esse amor. Quando o amor existe, muito limites podem ser superados.

Limites como medo, crenças e dúvidas podem ser vencidos. E porque não falar também das limitações físicas que podem ser vencidas? Quando estamos lutando por algo que sabemos que não conseguiremos viver sem, fazemos qualquer coisa para salvá-lo.

Existe outra coisa também que acho bastante importante: o amor verdadeiro entre duas pessoas. E isso, meu/minha amigo/amiga é fundamental para que vc deseja feliz plenamente.


E por fim, eu concordo plenamente com o autor da resenha acima. A cena em que Ivy espera por Lucius, para protegê-la das criaturas, na porta de sua casa, com a mão estendida, é simplesmente uma das melhores cenas que eu já vi. Demonstra confiança, entrega e acima de tudo coragem em saber que o outro está no momento que ela mais precisar.

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